quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Eleição para a FE/UnB: que a democracia não se transforme em tirania!‏


E aí, galera! Todos já devem estar sabendo do resultado das eleições da Faculdade de Educação, certo?! Então pra quem não sabe, a Chapa vencedora foi a Chapa 2, Carmenísia, Diretora, e Cristiano, Vice. Mas, como já era de se esperar, a Chapa 1, representada pela professora Inês, Diretora e o professor Paulo Bareicha, Vice, entrou com recurso. A justificativa é que não deveriam ser contados apenas os votos efetivos, mas também os votos em potencial, ou seja, a contagem deveria ser feita por porcentagem. Hoje, dia 02 de Setembro de 2010, a partir das 14h, acontecerá a reunião do Conselho da FE, em que a Chapa 1 apresentará o pedido de recurso e suas justificativas, vamos comparecer, estudantes! A reunião acontecerá na sala de reunião da FE 1. Contamos com a presença de todos para que não deixemos a gestora comenter tais desmandos e ignorar completamente a vontade dos eleitores! Segue abaixo a carta que o Chakrina (Rafael Ayan), Graduado em Pedagogia na UnB, nos enviou por e-mail, ela explica detalhadamente a situação. Vale a pena conferir.


"Eleição para a FE/UnB: que a aula de democracia não se transforme em tirania!
Brasília, 02/09/2010, 05h00.
Renovar. Não há outra palavra que melhor possa expressar o atual momento vivido na Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (FE/UnB). Renovar não em rostos, em nomes, em área de pesquisa, mas principalmente na forma de se conduzir a gestão de uma unidade acadêmica.
Inscreveram-se na eleição para a Direção da FE/UnB a Chapa 1, Inovando Sempre, tendo a Professora Inês Almeida como Diretora e o Professor Paulo Bareicha como vice-diretor, e a Chapa 2, Gestão Participativa para a Emancipação, composta pela Professora Carmenísia Aires como Diretora e o Professor Cristiano Muniz como vice-diretor. As urnas foram divididas em Urna 1 (com votos de docentes e técnicos/prestadores/bolsistas), com 50% dos votos, e Urna 2 (com votos de estudantes de graduação presencial e a distância e pós), também com 50%. A Chapa 1 teve 107 votos na Urna 1 e 66 votos na Urna 2, ao passo que a Chapa 2 teve 63 votos na Urna 1 e 494 votos na Urna 2. Votaram 75 técnicos e 95 professores, totalizando 170 votos, e 578 estudantes. Dos votos totais da eleição, a Chapa 1 ficou com 37% e a Chapa 2, com 60%, sendo o restante brancos e nulos, e aqui começa a peleja.
Apoiadores da Chapa 1, já no meio do processo, questionaram a fórmula da Comissão Eleitoral (composta por professores, estudantes e técnicos) para o cálculo do voto, qual seja, que considera o voto efetivo como sendo aquele que realmente caiu na urna, sendo ele da Chapa 1, Chapa 2, branco ou nulo. Queria (e continua a querer) a Chapa 1 que os votos contados fossem em relação ao universo do número de votantes (voto potencial em prejuízo ao voto real, o que vai de encontro a todo o acúmulo de processo de eleição que os técnicos defendem pra toda a UnB). Detalhe: dos 839 estudantes aptos a votar, integrantes do curso de Pedagogia EaD do Acre, e dos 320 aptos a votar do curso de Pedagogia da UAB (Universidade Aberta do Brasil), pólos de Águas Lindas/GO, Alexânia/GO, Alto Paraíso/GO, Cariranhanha/BA, Goiás/GO, nenhum deles votou. Isso representa 1159 estudantes sem votar! Obviamente, pois se esses estudantes tem dificuldades para ir para as poucas aulas em encontros presenciais, é compreensível que não iriam pegar um avião no Acre e ir à FE/UnB para exercer o seu direito de voto!
Ora, se esses estudantes não votaram, e realmente não lhes foram dadas as condições para voto (uma ponte aérea Rio Branco – Brasília – Rio Branco), o único motivo de querer jogar esses 1.159 estudantes na fórmula do voto é querer dissolver o voto estudantil, que em sua maioria não foi para a Chapa 1. Não obstante, ainda que fazendo a pior das perspectivas (voto de técnico e docente é na mesma urna e daí não dá para saber o número exato de voto de cada uma dessas duas categorias em cada chapa), ficamos assim: Chapa 1 com 75 votos de técnicos, 32 votos de docentes e 66 votos de estudantes e Chapa 2 com nenhum voto de técnico, 63 votos de docentes e 494 votos de estudantes. Ora, 2/3 dos docentes e 85% dos estudantes votaram na Chapa 2, mas ainda assim a Chapa 1 acha que cabe recurso, e é um direito seu lutar pra isso. Porém, entre o direito e a razão a linha não é tão tênue. É justo querer ser gestão quando a FE/UnB fez outra opção de direção?
Devido a desde o início do processo a maioria dos docentes mas principalmente dos estudantes estarem com a Chapa 2, esta enfrentou um segundo turno antes mesmo de cair o primeiro voto: a eleição foi marcada para o final do semestre (31/08 e 1º/09), para desmobilizar os estudantes, e a urna iria ficar dentro da sala Papirus, no prédio da FE1, em local de pouca circulação, ao passo de precisar o Centro Acadêmico de Pedagogia enviar um ofício à Comissão Eleitoral no dia 30/08 solicitando mudar o local da urna para maior participação dos estudantes. Agora, como se não fosse o bastante, vem o terceiro turno: mudar a fórmula da votação, já definida e acordada entre as chapas, para tentar reverter não só números mas o pior: a vontade soberana da comunidade da FE/UnB.
A comunidade da FE/UnB agradece os 8 anos que a Professora Inês esteve como gestora, e agradece aos 4 anos em que o Professor Paulo Bareicha esteve como Coordenador de Graduação, mas optou pela Chapa 2, pela Professora Carmenísia e Professor Cristiano, e quem quer mudar o que representa a urna, o efetivo, não pode querer ser diretor da FE/UnB, pois já começa (ou recomeça) da pior forma possível. A Professora Inês tem que aceitar que o voto efetivo é o que realmente cai na urna. Assim foi em 2001 quando foi eleita vice-diretora. Assim foi em 2005 quando foi reeleita, agora como Diretora. Assim será em 2010, quando perdeu, quando a FE/UnB fez outra opção e decidiu que a direção seria outra. E só porque dessa vez o voto efetivo não é o voto vencedor, querer adjetivá-lo de perdedor é inaceitável!
Parabéns aos técnicos por sua participação!
Parabéns aos professores, e de cada três que foram às urnas, dois votaram na Chapa 2.
Parabéns para a Professora Carmenísia, Professor Cristiano e seus apoiadores pela disposição e coragem de enfrentar um processo tão conturbado.
Mas parabéns, principalmente, ao Centro Acadêmico de Pedagogia da UnB, que contornou todas as dificuldades que foram colocadas (coincidentemente ou não) para fazer valer o voto dos estudantes da graduação e pós e, não obstante, realizaram dois dias de muitas hiper-atividades, como chamaram, que longe do panem et circensis, discutiram um projeto de FE/UnB não só para estudantes, mas também para docentes, técnicos e comunidade. Parabéns CAPe/UnB.

Rafael Ayan Ferreira, Tutor do curso de Pedagogia da UAB/UnB."

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